quinta-feira, 16 de abril de 2009

CAPÍTULO VIII - Práticas particulares desta devoção

CAPÍTULO VIII - Práticas particulares desta devoção

ARTIGO I - Práticas exteriores.

226. Se bem que o essencial desta devoção consista no interior, ela conta também práticas exteriores que é preciso não negligenciar: "...Importava praticar estas coisas, mas, sem omitir aquelas" (Mt 23, 23); tanto porque as práticas exteriores bem feitas ajudam as interiores, como porque relembram ao homem, que se conduz sempre pelos sentidos, o que fez ou deve fazer; também porque são próprias para edificar o próximo que as vê, o que já não acontece com as práticas puramente interiores. Nenhum mundano, portanto, critique, nem meta aqui o nariz, dizendo que a verdadeira devoção está no coração, que é preciso evitar exterioridades, que nisto pode haver vaidade, que é preferível ocultar cada um sua devoção, etc. Respondo-lhes com meu Mestre: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus"(Mt 5, 16). Não que isso dizer, como observa São Gregório, que devamos fazer nossas ações e devoções exteriores para agradar aos homens e daí tirar louvores, o que seria vaidade; mas fazê-las às vezes diante dos homens, com o fito de agradar a Deus e glorificá-lo, sem preocupar-nos com o desprezo ou os louvores dos homens.
Citarei apenas abreviadamente algumas práticas exteriores, que não qualifico de exteriores porque sejam feitas sem interior, mas porque contêm qualquer exterioridade, e para distigui-las das que são estritamente interiores.

§ - I - Consagração depois de exercícios preparatórios.

227. Primeira prática. Aqueles e aquelas que quiserem adotar esta devoção, que não está erigida em confraria como seria de desejar [os votos de S. Luis-Maria Montfort se realizaram. Sua querida devoção está ereta em Arquiconfraria, cujos membros, já numerosos se multiplicam dum modo extraordinário], depois de ter, como já disse na primeira parte desta preparação ao reino de Jesus Cristo, empregado ao menos doze dias em desapegar-se do espírito do mundo, contrário ao de Jesus Cristo, dedicarão três semanas a encher-se de Jesus Cristo por intermédio da Santíssima Virgem. Eis a ordem que podem observar:

228. Durante a primeira semana aplicarão todas as suas orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de si mesmo e a contrição por seus pecados. Tudo farão em espírito de humildade. Para isso poderão, se quiserem, meditar sobre o que ficou dito sobre o nosso fundo de maldade (cf n 78 e ss), e considerar-se, nos seis dias desta semana como uma lesma, um sapo, um porco, uma serpente, um bode; ou, então, estas três palavras de São Bernardo: "Pensa no que foste: um pouco de lodo; no que és: vaso de escórias; no que serás: pasto de vermes". Pedirão a Nosso Senhor e ao Espírito Santo que os esclareça, dizendo: "Senhor, fazei que eu veja"; ou "Senhor, que eu me conheça"; ou "Vem, Espírito Santo", e dirão todos os dias a ladainha do Espírito Santo e a oração que segue. Recorrerão à Santíssima Virgem e lhe pedirão esta grande graça que deve ser o fundamento das outras, e para isso recitarão todos os dias o "Ave, Maris Stella" e as ladainhas.

229. Durante a segunda semana, aplicar-se-ão em todas as suas orações e obras cotidianas, em conhecer a Santíssima Virgem. Implorarão este conhecimento ao Espírito Santo. Poderão ler e meditar o que já dissemos a respeito. Recitarão, como na primeira semana, as ladainhas do Espírito Santo, o "Ave, Maris Stella", e mais um Santo Rosário todos os dias, ou pelo menos o terço, nesta intenção.

230. A terceira semana será empregada em conhecer Jesus Cristo. Poderão ler e meditar o que dissemos neste sentido, e recitar a oração de Santo Agostinho (n. 67). Poderão, com o mesmo santo, dizer e repetir centenas de vezes: "Senhor, que eu vos conheça", ou então, "Senhor, fazei que eu veja quem sois". Como nas semanas precedentes, recitarão as ladainhas do Espírito Santo e o "Ave, Maris Stella", ajuntando as ladainhas do Santíssimo nome de Jesus.

231. Ao fim destas três semanas, confessar-se-ão e comungarão na intenção de se darem a Jesus Cristo na condição de escravos por amor, pelas mãos de Maria. E depois da comunhão, que cuidarão de fazer conforme o método que segue (n. 266), recitarão a fórmula de consagração, que se encontra também adiante ("Consagração de si mesmo"); será necessário que a escrevam ou mandem escrever, se não estiver impressa, e a assinem no mesmo dia em que a fizerem.

232. Nesse dia, será bom renderem algm tributo a Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima, seja em penitência de sua infidelidade passada às promessas do batismo, seja em sinal de sua dependência do domínio de Jesus e de Maria. Ora, esse tributo será conforme a devoção e capacidade de cada um: um jejum, uma mortificação, uma esmola, um círio. Ainda que não dêem mais que um alfinete em homenagem, contanto que o dêem de bom coração, é o bastante para Jesus, que só olha a boa vontade.

233. Todos os anos, ao menos, no mesmo dia, renovarão a consagração, observando as mesmas práticas durante três semanas.

Poderão até, todos os meses e, quiçá, todos os dias, renovar, com as poucas palavras seguintes, tudo o que fizerem:

Sou todo vosso e tudo o que tenho vos pertence, ó amável Jesus, por Maria, vossa Mãe Santíssima.

§ II - Recitação da coroinha da Santíssima Virgem

234. Segunda prática. Recitarão todos os dias de sua vida, sem, entretanto, nenhum constrangimento, a Coroinha da Santíssima Virgem, composta de 3 Pai-Nossos e 12 Ave-Marias, em honra dos doze privilégios e grandezas da Santíssima Virgem. Esta prática é muito antiga e tem seu fundamento na Sagrada Escritura. São João viu uma mulher coroada de doze estrelas, vestida de sol e tendo a lua debaixo de seus pés (Apoc 12, 1) e esta mulher, na opinião dos intérpretes, é a Santíssima Virgem.

235. Há muitos modos de rezar bem esta coroinha e seria demasiado longo mencioná-los. O Espírito Santo o inspirará àqueles e àquelas que mais fiéis se mostrarem a esta devoção. Para rezá-la bem simplesmente é preciso dizer em primeiro lugar: "Fazei-me digno de vos louvar, ó Virgem Sagrada, e dai-me força contra os vossos inimigos", em seguida reza-se o Credo, depois um Pai-Nosso, quatro Ave-Marias e um Glória ao Pai; ainda um Pai-Nosso, quatro Ave-Marias e um Glória ao Pai; e assim por diante. Ao terminar, diz-se "Sub tuum praesidium..." (A vossa proteção recorremos...)

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§ III - Usar pequenas cadeias de ferro

236. Terceira prática. É muito louvável, glorioso e útil àqueles e àquelas, que assim demonstrarão ser escravos de Jesus em Maria, trazer, como sinal de sua amorosa escravidão, pequenas cadeias de ferro, bentas com uma bênção especial.

(...)

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§ - IV - Devoção especial ao mistério da Encarnação

243. Quarta prática. Terão uma devoção especial pelo mistério da Encarnação do Verbo, a 25 de março [no dia 25 de março, todos os membros da Arquiconfraria de Maria, Rainha dos coração podem ganhar uma indulgência plenária], que é o mistério adequado a esta devoção, pois que esta devoção foi inspirada pelo Espírito Santo:
1. para honrar e imitar a dependência em que Deus Filho quis estar de Maria, para glória de Deus seu Pai e para nossa salvação; dependência que transparece particularmente neste mistério em que Jesus Cristo se torna cativo e escravo no seio de Maria Santíssima, aí dependendo dela em tudo;
2. para agradecer a Deus as graças incomparáveis que concedeu a Maria, principalmente por tê-la escolhido para sua Mãe digníssima, escolha feita neste mistério. São estes os dois fins principais da escravização de Jesus Cristo em Maria.

244. Peço-vos notar que digo ordinariamente: "o escravo de Jesus em Maria, a escravização a Jesus em Maria". Pode-se, é verdade, dizer como muitos já o disseram até aqui: "o escravo de Maria, a escravidão da Santíssima Virgem". Creio, porém, que é melhor dizer "escravo de Jesus em Maria" como aconselhava M. Thonson, superior geral do seminário de São Sulpício, o qual era conhecido por sua rara prudência e grande piedade. Assim aconselhou ele a um eclesiástico que o consultou sobre o assunto. As razões são estas:

245. Primeiro: Visto estarmos num século orgulhoso, em que pululam os sábios enfatuados, os espíritos fortes e críticos, que sempre acham o que falar das mais sólidas e bem estabelecidas práticas de piedade, é preferível, para evitar-lhes ocasião de crítica desnecessária, dizer "escravidão de Jesus em Maria" e dizer-se "escravo de Jesus Cristo" do que escravo de Maria. Assim a denominação desta devoção será dada antes pela sua finalidade, Jesus Cristo, que pelo caminho e meio para atingir este fim, Maria Santíssima. Pode-se, entretanto, usar uma ou outra sem o menos escrúpulo, como eu faço. Um homem, p. ex., que vai de Orleans a Tours pelo caminho de Amboise, pode evidentemente dizer que vai a Amboise e que vai a Tours. A única diferença é que Amboise é apenas o caminho para ir a Tours e Tours é o fim, o termo da viagem.

246. Como o principal mistério que se celebra e honra nesta devoção é o mistério da Encarnação, no qual só se pode contemplar Jesus em Maria, e encarnado em seu seio, é mais adequado dizer-se "a escravidão de Jesus em Maria", de Jesus residindo e reinando em Maria, conforme a bela oração de tantos homens célebres: "Ó Jesus vivendo em Maria, vinde e vivei em nós, em vosso espírito de santidade", etc.

247. Terceiro: Este modo de falar patenteia ainda mais a união íntima entre Jesus e Maria. Tão intimamente estão unidos que um é tudo no outro: Jesus é tudo em Maria e Maria é tudo em Jesus; ou melhor, ela já não existe, mas Jesus somente nela, e antes se separaria do sol a luz, do que apartar Maria de Jesus. É assim que se pode chamar Nosso Senhor "Jesus de Maria", e a Santíssima Virgem "Maria de Jesus".

248. O tempo não me permite deter-me aqui para explicar as excelências e as grandezas do mistério de Jesus vivendo e reinando em Maria, ou da Encarnação do Verbo. Contento-me, por isso, em dizer três palavras, que é este o primeiro mistério de Jesus Cristo, o mais oculto, o mais elevado e o menor conhecido; que é neste mistério que Jesus, em colaboração com Maria, em seu seio, e por isto chamado pelos santos "aula sacramentorum", sala dos segredos de Deus, escolheu todos os eleitos; que foi neste mistério que ele operou todos os mistérios subseqüentes de sua vida, pela aceitação deles: "Jesus ao entrar no mundo disse:(...) Eis que vim para fazer, Deus, a tua vontade" (Heb 10, 5-9). Por conseguinte, este mistério é um resumo de todos os mistérios, e contém a vontade e a graça de todos. Este mistério é, enfim, o trono da misericórdia, da liberdade e da glória de Deus. O trono da misericórdia de Deus, porque, já que não podemos aproximar-nos de Jesus senão por Maria, não podemos ver Jesus nem falar-lhe senão por intermédio de Maria. Jesus atende sempre a sua querida Mãe e concede sempre sua graça e sua misericórdia aos pobres pecadores: "Cheguemo-nos, pois, confiadamente, ao trono da graça" (Heb 4, 16). É o trono de sua liberalidade para Maria, porque este novo Adão, enquanto permaneceu nesse verdadeiro paraíso terrestre, aí realizou ocultamente tantas maravilhas que nem os anjos nem os homens as compreendem; por isso os santos chamaram Maria a magnificência de Deus: "Magnificentia Dei", como se Deus só fosse magnífico em Maria: "É ali que Deus mostra seu poder...(Is 33, 21). É o trono de sua glória para seu Pai, pois foi em Maria que Jesus Cristo acalmou perfeitamente seu Pai irritado contra os homens; que ele recuperou perfeitamente a glória que o pecado lhe tinha arrebatado, e que, pelo sacrifício, que neste mistério fez de sua vontade e de si mesmo, lhe deu mais glória como jamais lhe deram todos os sacrifícios da antiga lei, e, finalmente, lhe deu uma glória infinita como ainda não recebera de criatura humana.
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§ V - Grande devoção à Ave Maria e ao terço

249. Quinta prática. Terão grande devoção ao recitar a Ave-Maria, ou a Saudação Angélica, da qual bem poucos cristãos, mesmo esclarecidos, conhecem o valor, o mérito, a excelência e a necessidade. Foi preciso que a Santíssima Virgem aparecesse várias vezes a grandes santos muito doutos, para demonstrar-lhes o mérito desta pequena oração, como sucedeu a São Domingos, a São João Capistano, ao bem-aventurado Alano de La Roche. E eles compuseram livros inteiros sobre as maravilhas e a eficácia da Ave-Maria, para conversão das almas. Altamente publicaram e pregaram que a salvação do mundo começou pela Ave-Maria, e a salvação de cada um em particular está ligada a esta prece; que foi esta prece que trouxe à terra seca e árida o fruto da vida, e que é esta mesma prece que deve fazer germinar em nossa alma a palavra de Deus e produzir o fruto de vida, Jesus Cristo; que a Ave-Maria é um orvalho celeste, que umedece a terra, i. é, a alma, para fazer brotar o fruto no tempo adequado; e que uma alma que não for orvalhada por esta prece não dará fruto algum, nem dará senão espinhos, e não estará longe de ser amaldiçoada (Heb 6, 8).

{ Sobre o Rosário confira a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae do Papa João Paulo II }.

250 – Eis o que a santíssima virgem revelou ao Bem-aventurado Alano da Rocha, conforme é referido no seu livro “De dignitate Rosarii”, e depois citado por Cartagena. “Fica sabendo, meu filho, e fá-lo saber a todos, que um sinal provável e próximo de condenação eterna é ter aversão, tibieza e negligência em rezar a Saudação Angélica, que salvou todo mundo. – Scias enim et secure intelligas et inde late omnibus patefacias, quod videlicet signum probabile este t propinquum aeternae salutationem angelicam, totius mundi reparationem” Lib, de Dignit. Cap. 2. Palavras tão consoladoras quão terríveis, que dificilmente se acreditariam se não tivéssemos esse santo por garantia e, antes dele, São Domingos e depois muitos grandes personagens que se lhes seguiram, com a experiência de muitos séculos. Efetivamente sempre se verificou que os que trazem o sinal da condenação, como todos os hereges (Leia o comentário ao número 30), os ímpios, os orgulhosos e os mundanos odeiam e desprezam a Ave Maria nem o terço. Têm-lhes horror; preferiam trazer consigo uma serpente a um terço. Os orgulhosos, embora católicos, como têm as mesmas inclinações que seu pai Lúcifer, também desprezam ou votam indiferença à Ave Maria, considerando o terço como uma devoção para mulherzinhas, própria para os ignorantes e analfabetos. Pelo contrário, a experiência tem mostrado que aqueles e aquelas que apresentam grandes sinais de predestinação, amam, saboreiam e rezam com prazer a Ave Maria, e que quanto mais são de Deus, mais gostam desta oração. Foi o que a Santíssima Virgem ao bem-aventurado Alano depois das palavras que acabo de citar.

251 – Não sei como isto se faz nem por quê, mas não deixa de ser uma realidade: não tenho melhor segredo para conhecer se uma pessoa é de Deus, do que ver se ela gosta de rezar a Ave Maria e o terço. E digo: gosta porque pode acontecer que uma pessoa esteja na impossibilidade natural ou mesmo sobrenatural de a rezar, mas sempre gosta e inspira-a aos outros.

252 – Almas predestinadas, escravas de Jesus em Maria, ficai sabendo que a Ave Maria é a mais bela de todas as orações, depois do Pai Nosso. É a saudação mais perfeita que podemos dirigir a Maria, porque é a que o Altíssimo lhe transmitiu por um Arcanjo, a fim de lhe ganhar o coração. E foi tão poderosa, pelos encantos secretos de que está cheia, que Maria consentiu na Encarnação do Verbo, apesar da sua profunda humildade. Será também por meio desta saudação que lhe ganharemos infalivelmente o coração, se a dissemos como convém.

253 – A Ave Maria bem rezada, isto é, com atenção, com devoção e modéstia, é, segundo os santos, a adversária que põe o demônio em fuga, e o martelo que o esmaga. É a santificação da alma, a alegria dos anjos, a melodia dos predestinados, o Cântico do Novo Testamento, o gozo de Maria e a glória da Santíssima Trindade. A Ave Maria é um orvalho do céu, que torna fecunda; é um beijo puro e amoroso que se dá a Maria. É uma rosa vermelha que se lhe apresenta, uma pérola preciosa que se lhe oferece, e um pouco de ambrósia e de néctar divino que se lhe apresenta. Todas estas comparações são dos santos.

254 – Peço-te instantemente, pelo amor que te tenho em Jesus e Maria, que não te contentes com rezar a coroinha de Nossa Senhora, mas que rezes o terço cada dia, e mesmo, se tiveres tempo, o rosário quotidiano. Se o fizeres, bendirás na hora da morte o dia e o momento em que me acreditaste. Depois de teres semeado nas bênçãos eternas no céu: “oui seminat in benedictionibus, de benedictionibus et metet – Aquele que semeia nas bênçãos, bênçãos recolherá também” (2 Cor. 9,6).

§ VI - Recitação do Magnifigat

255 – O Magnificat.
Sexta prática.
Para agradecer a Deus as graças que concedeu à Santíssima Virgem, as almas escondidas dirão muitas vezes o Magnificat, a exemplo da Bem-aventurada Maria de Oignies e de vários outros santos. É a única oração e a única composição da Santíssima Virgem, ou antes, que Jesus compôs nela porque Ele falava pela boca de Maria. Este é o maior sacrifício de louvor que Deus recebeu na lei da graça. Por outro lado, é o mais humilde e reconhecido, por outro, o mais sublime e elevado de todos os cânticos. Há nele mistérios tão grande e escondidos que os anjos os ignoram. Gerson, doutor muito piedoso e sábio, gastou uma parte da vida a compor tratado plenos de erudição e piedade, sobre os mais difíceis temas. Mas foi só depois, no fim da vida, que empreendeu, a tremer, explicar o magnificat, para assim coroar todas as suas obras. Diz-nos num volume infólio, que sobre ele compôs coisas admiráveis sobre o belo e divino Cântico. Entre outras coisas diz que a própria Santíssima Virgem o recitava muitas vezes particularmente depois da Sagrada Comunhão, em ação de graças. O erudito Benzônio, explicando também o Magnificat, conta muitos milagres operados pela sua virtude. Diz que os demônios tremem e se põem em fuga, quando ouvem as palavras: “Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui – Manifestou o poder do seu braço e confundiu os soberbos nos pensamentos de seus corações” (Luc. 1,51).


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§ - VII - O desprezo do mundo.

256. Sétima prática. Os fiéis servos de Maria devem desprezar, odiar e fugir ao mundo corrompido, e servir-se das práticas de desprezo pelo mundo, que assinalamos na primeira parte.
[Estas palavras de S. Luis-Maria parecem aludir a outra obra que teria servido de introdução a esta, como por exemplo "L'amour de la Sagesse éternelle"]

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